Brasil registra queda de 56,8% nos focos de calor e 61% nas áreas queimadas em julho

Segundo dados, redução se deu em cinco dos seis biomas do país na comparação com julho de 2024

1. Brasil registra queda de 56,8% nos focos de calor e 61% nas áreas queimadas em julho

O Pantanal concentra a maior redução dos incêndios e áreas queimadas em julho de 2025: diminuição de 96,8% em relação ao mesmo período de 2024 - Foto: Vitor Vasconcelos/ Secom PR

Uma queda de 56,8% no número de focos de calor e uma redução de 61% nas áreas queimadas, ambos os parâmetros registrados em julho de 2025 na comparação com o mesmo período de 2024. Esse é o resultado do trabalho realizado pelo Governo Federal e os estados na prevenção e no combate a incêndios. Os dados são do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e foram divulgados nesta quarta-feira, 6 de agosto, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

No total, em julho deste ano, foram contabilizados 9.713 focos de incêndio, frente aos 22.487 identificados em julho do ano passado. Já as queimadas atingiram no mês passado cerca de 726 mil hectares foram queimados, ante os 1,8 milhão registrados no ano anterior.

SEIS BIOMAS – Os dados indicaram queda nas áreas queimadas e no número de focos de calor em cinco dos seis biomas do país. A diminuição reflete as condições climáticas menos severas observadas neste ano e as medidas adotadas pelo Governo Federal e os estados no enfrentamento dos incêndios florestais. Nos primeiros seis meses de 2025, o país registrou queda de 46,36% no número de focos de incêndios e de 65,8% nas áreas queimadas no território nacional em comparação ao primeiro semestre do ano passado (saiba mais aqui).

PANTANAL – O Pantanal concentra a maior redução dos incêndios e áreas queimadas em julho. No período, foram registrados 39 focos de calor, o que representou uma diminuição de 96,8%, em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 1.218 focos. Houve ainda redução de 99,2% nas áreas queimadas, com o registro de 1,4 mil hectares queimados em julho de 2025 frente a mais de 170 mil hectares queimados em 2024 no mesmo mês.

AMAZÔNIA – A Amazônia também apresentou um recuo acentuado em ambos os cenários, com queda de 80,9%, com 2.183 focos de calor detectados no primeiro semestre de 2025, diante dos mais de 11,4 mil focos identificados no período anterior. O bioma registrou 79 mil hectares de áreas queimadas em 2025, com queda de 89,9% na comparação com 2024, quando alcançou 782 mil hectares queimados.

MATA ATLÂNTICA – Na Mata Atlântica, a redução de focos de calor foi de 19,3%, registrando 1.404 focos em julho de 2025, contra 1.739 no ano anterior. A área atingida pelo fogo reduziu 76,4%, saindo de 28,5 mil hectares em julho de 2024 para 6,7 mil hectares no mesmo intervalo em 2025.

CERRADO – Em seguida, vem o Cerrado, com queda de 28,9% em relação aos focos de calor no mesmo período (5.303) na comparação com julho de 2024 (7.463). Foi constatada ainda redução de 28,1% da área atingida pelo fogo, com 624,1 mil hectares afetados pelo fogo no mesmo mês em 2025. No ciclo anterior, foram identificados 868,6 mil hectares queimados.

PAMPA – Já no Pampa, foi registrado recuo de 15,9% em relação aos focos de calor em julho de 2025 (69) na comparação com o ano anterior (82). Houve ainda queda de 12,8% na área queimada, com 476 hectares atingidos pelo fogo em julho de 2025. No intervalo anterior, foram identificados 546 hectares queimados.

CAATINGA – A Caatinga foi o único bioma que registrou aumento nos indicadores. Os focos de calor foram de 542 em julho de 2024 para 715 no mesmo período de 2025. As áreas queimadas saíram de 10.262 para 14.700 hectares.

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS – A Lei nº 14.944/2024, que instituiu a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, estabeleceu um conjunto de ações voltadas para a prevenção e controle dos incêndios florestais. Práticas como as queimadas prescritas, utilizadas para diminuir o acúmulo de material seco, e os aceiros, que consistem em faixas livres de vegetação para barrar a propagação do fogo, são exemplos de técnicas de manejo.

QUEIMA PRESCRITA – É a aplicação planejada do fogo com objetivos conservacionistas para manejo de paisagens e territórios, tornando comunidades e ambientes mais resilientes ao fogo, sob condições ambientais definidas na janela de queima, podendo resultar na formação de mosaicos na paisagem com diferentes regimes de queima, evitando por exemplo que o fogo entre em áreas sensíveis como florestas.

De janeiro a julho deste ano, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgãos vinculados ao MMA, realizaram queimas controladas e prescritas em 154.016 hectares em Unidades de Conservação Federais e 83.730 hectares em Terras Indígenas, totalizando 237.746 hectares, em todos os biomas brasileiros, com o objetivo de conservação socioambiental e prevenção de incêndios florestais.

MAIS AÇÕES – Confira outras ações implementadas pelo Governo Federal para prevenir e combater os incêndios florestais para a temporada de 2025: