1. Governo do Brasil lança campanha nacional de combate à dengue, zika e chikungunya
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu que o trabalho de prevenção deve começar agora, antes do período de maior transmissão, e que o Ministério da Saúde está mobilizando gestores e a população para o Dia D da Dengue, agendado para este sábado (8/11). Foto: João Risi/MS
O Governo do Brasil lançou nesta segunda-feira (3/11) a campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”. O Ministério da Saúde vai investir mais R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de novas tecnologias de controle vetorial no país e apresentou uma atualização do cenário epidemiológico. Mesmo com redução de 75% nos casos de dengue em 2025, em comparação com 2024, a pasta reforça que o combate ao Aedes aegypti deve continuar em todo o país.
“Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, lembrou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O Brasil registra atualmente 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma redução de 75% em comparação com o mesmo período de 2024. A maior concentração de casos é observada em São Paulo, que concentra 55% das ocorrências, seguido de Minas Gerais (9,8%), Paraná (6,6%), Goiás (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,2%). Em relação aos óbitos, que neste ano somam 1,6 mil, houve redução de 72% em comparação a 2024.
ALERTA – De acordo com o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado em 3.223 municípios entre agosto e outubro deste ano, 30% dos municípios estão em situação de alerta para dengue, chikungunya e Zika. Os estados que preveem maior incidência estão nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, especialmente em Mato Grosso do Sul, Ceará e Tocantins.
DIA D – De acordo com Padilha, o trabalho de prevenção precisa começar agora, antes do período de maior transmissão. Por isso, o Ministério da Saúde está mobilizando gestores e a população para o Dia D da Dengue, que será neste sábado, 8 de novembro, e divulgando o novo mapeamento entomológico, que identifica áreas de alerta e risco em mais de 3 mil municípios. Com o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, a campanha mobiliza a população e os profissionais de saúde para eliminar criadouros e reforçar a responsabilidade coletiva.
WOLBACHIA – Com os R$ 183,5 milhões previstos, o Ministério da Saúde vai ampliar o uso de tecnologias de controle vetorial para redução da capacidade de transmissão, como o método Wolbachia, atualmente presente em 12 municípios, com expansão planejada para mais 70 cidades, incluindo 13 delas ainda em 2025. Niterói (RJ) foi a primeira cidade brasileira a ter 100% do território coberto pelo método Wolbachia, apresentando resultados concretos: redução de 89% nos casos de dengue e 60% da chikungunya. Além disso, serão ampliadas medidas como o uso das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, com aplicação de inseticida de longa duração dentro das residências.
FÁBRICA – Também foi inaugurada, em Curitiba (PR), a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade de produção de 100 milhões de ovos por semana. A tecnologia consiste na produção de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que bloqueia o desenvolvimento dos vírus dentro do Aedes aegypti, o que impede a transmissão.
FORÇA NACIONAL DO SUS – Neste ano, o Ministério da Saúde avançou no controle das arboviroses com o apoio da Força Nacional do SUS (FN-SUS), com capacidade para apoiar a instalação de até 150 centros de hidratação em cidades com alta incidência de casos. Foram distribuídos 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais para diagnóstico e 1,2 mil nebulizadores portáteis para bloqueio da transmissão, além do fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas. Além disso, 77,9 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas foram instaladas em 26 municípios.
VACINAÇÃO – Iniciada em 2024, a vacinação contra a dengue prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 2.752 municípios com maior risco para a doença. O Brasil foi o primeiro país a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. Até outubro de 2025, mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados, e outras 9 milhões estão previstas para 2026.
CHINA – Em outubro, o ministro Alexandre Padilha visitou a China para fortalecer a parceria com a WuXi Biologics, que permitirá a produção em larga escala da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, com capacidade para 40 milhões ou mais de doses a partir de 2026. A expectativa é que a Anvisa conceda o registro da vacina, 100% brasileira, até o fim do ano, o que vai consolidar o maior programa público de imunização contra a dengue do país.
PREVENÇÃO – O controle das arboviroses é uma ação que envolve governo e sociedade civil, que juntos mantêm medidas preventivas para evitar epidemias. Além das atividades dos agentes de saúde, que visitam os domicílios para orientar e conscientizar a população, é fundamental que os cidadãos adotem medidas como: