Segurança

Piloto preso em Caldas Novas acusado das mortes de ‘Gegê’ e ‘Paca’ está com ‘stress pós-traumático’ e não vai depor

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Segundo atestado médico, Felipe Ramos Moraes está com quadro de “ansiedade” e “stress pós-traumático”. Outro réu do processo também está com problemas de saúde

O piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, acusado de envolvimento nas mortes dos líderes de uma facção criminosa, Rogério Jeremias de Simone, o ‘Gegê do Mangue’, e Fabiano Alves de Sousa, o ‘Paca’, não vai participar da audiência virtual na qual prestaria depoimento nesta quarta-feira (2). Um atestado médico obtido pela reportagem do Jornal Local aponta que Felipe foi diagnosticado, em consulta realizada na tarde dessa terça-feira (1º), com “ansiedade generalizada” e “estado de stress pós-traumático”.

Nessa terça, foram ouvidas testemunhas de defesa e de acusação. O depoimento dos réus deveria começar nesta quarta-feira (2). Felipe seria o primeiro a ser ouvido. A defesa do piloto, representada pela advogada Mariza Ramos Morais, ingressou com pedido para adiamento das audiências.

“A saúde do peticionante não permite que ele participe das audiências e dessa forma requer a suspensão das audiências e que sejam remarcadas, a fim de que o peticionante possa participar, não dispensando esta defesa da participação do peticionante de nenhum ato”.
MARIZA ALMEIDA RAMOS MORAIS
Advogada da defesa

O piloto foi foi preso em um condomínio de luxo no Município de Caldas Novas, em Goiás, em 14 de maio de 2018,  três meses após os assassinatos de ‘Gegê do Mangue’ e ‘Paca’, em uma reserva indígena em Aquiraz. No dia 12 de abril de 2021, ele foi posto em liberdade por determinação do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

A decisão teve como base o quadro de saúde debilitado do piloto. Ele utilizava um balão intragástrico que explodiu e já foi retirado depois da saída da cadeia. Em sua passagem pelo sistema prisional, Felipe perdeu mais de 30 kg, por fazer greve de fome, utilizar medicamentos controlados e também duas tentativas de suicídio.

As reivindicações de Felipe estão ligadas diretamente a um acordo de delação premiada que teria sido firmado com o Ministério Público do Ceará (MPCE), e que vem sendo negado pelo Órgão e pela Justiça. A defesa do piloto apresentou as minutas do documento e garante ter sido acordado. Ele prestaria as informações sobre o crime em troca da liberdade e de não ser acusado por homicídio. Contudo, o MP sustenta ter havido apenas negociações e que não chegou a ser fechado o acordo.

Com base nas informações prestadas por Felipe para a Polícia Civil e o MPCE, o helicóptero utilizado no duplo homicídio foi encontrado, no Interior de São Paulo. Além disso, ele revelou para as autoridades os nomes dos participantes do crime e a dinâmica dos assassinatos.

Conforme a defesa do piloto, ele não sabia que ‘Gegê’ e ‘Paca’ seriam executados e só participou do voo para Fortaleza depois de ser sequestrado e torturado um mês antes das mortes por homens subordinados a Wagner Ferreira da Silva, o ‘Cabelo Duro’, um dos executores do duplo homicídio.

Um segundo acordo foi firmado na mesma época com a Polícia Federal (PF) e já resultou em várias operações contra a cúpula da facção paulista.

Um delegado da Polícia Federal, chefe da força-tarefa da PF no Ceará em 2018, prestou depoimento no processo que apura as mortes de Gegê e Paca no dia 12 de abril deste ano,  mesmo dia em que Felipe foi solto. Ele confirmou que esteve presente em oitivas de Felipe Ramos na Superintendência do órgão no Ceará na presença de membros do MPCE e da Polícia Civil.

DANO NEUROLÓGICO

Outro réu do duplo homicídio, Carlenilto Pereira Maltas, também está com problemas de saúde. A defesa de Maltas afirma que ele teve um “dano psiquiátrico ou neurológico ainda desconhecido” no presídio federal de Brasília, onde ele está custodiado. No entanto, em ofício enviado ao Poder Judiciário, a direção da unidade afirma que ele está bem de saúde.

A advogada do réu sustenta em uma petição que ele está com “dificuldades de locomoção, entendimento e comunicação” e pede novo agendamento para a audiência. A defesa de Carlenilton pediu que a direção do presídio federal autorize que ele seja examinado por um neurologista, mas a solicitação ainda não foi atendida.

O acusado foi preso em abril de 2019 em Sergipe. Conforme a denúncia, ele participou diretamente das mortes. Na época do crime, Carlenilton levava uma vida de luxo em um condomínio no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Após o duplo homicídio ele fugiu e só foi localizado mais de um ano depois.

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Andreazza Joseph é um dos muitos potiguares talentosos que estão espalhados pelo mundo, multifacetado, possuindo formação em Direito e Jornalismo, além de atuar como produtor audiovisual na AgênciAzzA. Com sua paixão pela cultura nordestina, ele se destaca como um cordelista e multi-instrumentista. Sua habilidade em diversas áreas o torna uma figura versátil e criativa, trazendo uma perspectiva única para cada matéria que escreve."

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Segurança

Goiás tem queda de até 92% na criminalidade em 2024

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Na comparação dos meses de janeiro a março deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, maior redução é em roubo de carga; número de feminicídios cai 31%

O estado de Goiás registrou queda em todos os índices criminais, nos três primeiros meses de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior. É o que apontam dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) na manhã desta quinta-feira (11/04), em Goiânia. A maior redução foi verificada no crime de roubo de carga, com 92% – foram 13 casos no primeiro trimestre de 2023 e apenas um este ano.

Na sequência, estão roubo de veículo, roubo a comércio e furto a transeunte, com diminuição de 34%. Os casos de roubo a transeunte caíram 33% e os de feminicídios reduziram 31%. As informações têm como fonte o Observatório de Segurança Pública do Estado e são provenientes do Registro de Atendimento Integrado (RAI), conforme diretrizes do Plano Nacional de Segurança Pública.

De acordo com o governador Ronaldo Caiado, o estado tem priorizado o combate a crimes violentos, para garantir tranquilidade ao cidadão. Para ele, os números refletem a integração das forças de segurança: “Nossas polícias trabalham em conjunto. Isso acontece quando há uma política pública séria, austera. Assim temos o que mais interessa: resultado concreto e segurança para a população”, afirma.

Governador Ronaldo Caiado prestigia evento de formatura de policias militares, em Goiânia

Governador Ronaldo Caiado prestigia evento de formatura de policias militares, em Goiânia

O mesmo ponto é ressaltado pelo secretário de Segurança Pública, Renato Brum. “Realizamos ações preventivas por parte dos policiais militares na rua, com reforço daqueles que se formaram recentemente e daqueles que estão no estágio. Além disso, há um trabalho muito bem feito pela Polícia Judiciária, Polícia Penal e Polícia Científica dando retaguarda. E o Corpo de Bombeiros é nossa força de salvamento”, salienta.

Outro destaque do balanço, disponível no site da Secretaria, é que 165 municípios não registraram nenhum homicídio de janeiro a março deste ano. Também não houve nenhum caso de roubo a banco. “A polícia goiana como um todo têm cumprido sua função, dentro dos limites da lei, e a população reconhece”, complementa Caiado. Pesquisa da Genial/Quest divulgada nesta semana revela que a segurança recebe avaliação positiva de 69% dos entrevistados.

Ações proativas
No primeiro trimestre de 2024, foram cumpridos 2.258 mandados de prisão e apreensão no estado. Em ações integradas, ostensivas ou no patrulhamento de rotina, as forças de segurança recuperaram 974 veículos com registro de furto ou roubo. As polícias Civil e Militar efetuaram 7.352 prisões em flagrante. Além disso, 1.158 armas de fogo apreendidas e 1.911 foragidos recapturados. 3 toneladas de drogas foram retiradas de circulação.

Indicadores criminais (janeiro/março de 2024)
Roubo de Carga: -92%
Furto a Transeunte: -34%
Roubo em Comércio: -34%
Roubo de Veículos: -34%
Roubo a Transeunte: -33%
Feminicídio: -31%
Furto de Veículos: -27%
Homicídio Doloso: -24%
Furto em Residência: -20%
Roubo em Propriedade Rural: -20%
Furto em Comércio: -16%
Roubo em Residência: -14%
Tentativa de homicídio: -10%
Estupro: -9%
Furto em Propriedade Rural: -6%
Fonte: Observatório de Segurança Pública de Goiás (comparação com o período de janeiro/março de 2023)

Foto: Secom / Secretaria de Segurança Pública – Governo de Goiás

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