Inflação tem o menor índice para outubro em 27 anos

Inflação tem o menor índice para outubro em 27 anos

Redução na conta de luz e estabilidade nos preços dos alimentos contribuíram para a variação de 0,09% no mês passado, de acordo com IBGE

1. Inflação tem o menor índice para outubro em 27 anos

A queda no preço da energia elétrica, de 2,39%, foi o principal fator que contribuiu para a inflação de 0,09% em outubro. Foto: Vitor Vasconcelos/Secom-PR

Influenciada pela redução na conta de luz e pela estabilidade dos alimentos, o Brasil registrou inflação de 0,09% em outubro, a menor variação para o mesmo mês desde 1998, quando o índice foi de 0,02%. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 11 de novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou em relação a setembro, quando havia sido de 0,48%, redução de 0,39 ponto percentual. No acumulado de 2025, o índice é de 3,73% e, nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%. Já em outubro do ano passado, a variação foi de 0,56%.

ENERGIA ELÉTRICA — A queda no preço da energia elétrica foi o principal fator que contribuiu para o resultado do mês. A energia elétrica residencial teve redução de 2,39%, influenciado pela mudança da bandeira tarifária, que passou da vermelha patamar 2 para a vermelha patamar 1, e menor cobrança adicional na conta de luz: R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, em vez de R$ 7,87. Também ajudaram a conter o índice as reduções nos preços de aparelhos telefônicos (-2,54%) e seguros de veículos (-2,13%).

ALIMENTAÇÃO — O grupo alimentação e bebidas, que tem maior peso no IPCA, ficou praticamente estável (0,01%), interrompendo uma sequência de quedas. Foi o menor resultado para outubro desde 2017. A alimentação no domicílio recuou 0,16%, com destaque para a queda no arroz (-2,49%) e no leite longa vida (-1,88%).

Segundo o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, o comportamento dos alimentos, somado à redução dos preços no grupo Habitação ajudou a frear a inflação do mês. “A título de ilustração, o resultado do índice de outubro sem considerar o grupo dos alimentos e a energia elétrica ficaria em 0,25%", explica Fernando.

REGIONAL — Quanto aos índices regionais, a menor variação ocorreu em São Luís e Belo Horizonte (-0,15%), onde houve queda na gasolina e na energia elétrica residencial. A maior alta foi observada em Goiânia (0,96%), influenciada pelo aumento da energia elétrica residencial (6,08%) e da gasolina (4,78%).

INPC — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, registrou 0,03% em outubro. No acumulado do ano, o índice subiu 3,65%, e nos últimos 12 meses, 4,49%, abaixo dos 5,10% do período anterior. Os produtos alimentícios ficaram estáveis (0,00%), enquanto os não alimentícios tiveram leve alta de 0,04%.

ENTENDA OS ÍNDICES — O IPCA considera famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, enquanto o INPC abrange aquelas com renda de 1 a 5 salários mínimos. Ambos são calculados com base em dados das principais regiões metropolitanas do país, como Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. O próximo resultado do IPCA, referente a novembro, será divulgado em 10 de dezembro.

Andreazza Joseph
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