Denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) contra Cristian Vinch Batista, de 24 anos, pelo feminicídio de sua ex-companheira, morta em razão de 54 facadas, foi recebida pela Justiça em Caldas Novas. O crime ocorreu no dia 3 de julho de 2025, no apartamento da vítima, localizado no Bairro Jardim dos Turistas. A brutalidade do crime gerou grande repercussão social.
O MPGO apurou que a vítima e o denunciado mantiveram relacionamento amoroso por aproximadamente 7 anos e tiveram uma filha que tem 4 anos. Durante o período de convivência, a mulher sofreu violência doméstica e familiar e, dias antes do crime, decidiu romper definitivamente a relação. O acusado, no entanto, não aceitava o término e insistia na reconciliação.
A investigação constatou ainda que a vítima havia começado a se envolver com um colega de trabalho. O relacionamento foi descoberto pelo ex-companheiro, após ele interceptar mensagens no WhatsApp no celular da mulher. No sábado anterior ao crime, acompanhado do pai, o acusado dirigiu-se ao restaurante onde a vítima trabalhava e fez ameaças intimidatórias.
No dia do feminicídio, o casal saiu de casa com a filha, que foi deixada sob os cuidados dos avós paternos. Em seguida, os dois dirigiram-se ao restaurante para que a vítima recebesse valores referentes à rescisão contratual. Após retornarem ao apartamento, o acusado insistiu para reatarem o relacionamento, sendo recusado pela mulher.
Segundo a denúncia, em dado momento, o denunciado aplicou os 54 golpes de faca contra a vítima, atingindo-a em diversas partes do corpo. A força dos golpes foi tanta que chegou a entortar a faca. A mulher morreu no local em virtude de hemorragia aguda causada pelos diversos ferimentos.
Após o crime, o acusado tomou banho, trocou de roupa e fugiu para a residência dos pais, onde confessou ter matado a ex-companheira. No entanto, ele foi convencido pelo pai a se apresentar na Delegacia de Polícia Civil, ocasião em que foi preso em flagrante.
Diante disso, a 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caldas Novas denunciou o acusado pelos crimes de feminicídio qualificado por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A promotora de Justiça Ayla Quintella Antunes, responsável pela denúncia, sustenta que o delito foi motivado pelo inconformismo do denunciado com o fim da relação e pelo sentimento de ciúmes.
O acusado vai responder pelo crime de feminicídio qualificado, previsto no artigo 121-A, parágrafo 1º, inciso I, parágrafo 2º, inciso V do Código Penal, e encontra-se preso na Unidade Prisional Regional de Caldas Novas.
O MPGO requereu ainda a fixação de indenização no valor de R$ 200 mil em favor das sucessoras da vítima pelos danos morais e materiais causados.
(Texto: Mariani Ribeiro/Assessoria de Comunicação do MPGO)
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