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GRAVAÇÕES SUSPEITAS: PF de Curitiba tinha interceptação telefônica “não homologada”, diz agente

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A confirmação foi feita em depoimento que ele prestou como testemunha arrolada pela União numa ação de danos morais movida pela primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva (1950-2017). A mulher do ex-presidente Lula contestava o levantamento ilegal pelo ex-juiz Sergio Moro do sigilo de conversas estranhas aos fatos supostamente investigados pelo consórcio da “lava jato”.

A revelação faz parte de reclamação ajuizada pela defesa do petista no Supremo Tribunal Federal. No depoimento, Prado explica que a PF estava desenvolvendo um sistema de interceptação telefônica que vai fazer a mesma coisa que o Guardião — a ferramenta oficial do Estado brasileiro — que ainda não foi homologado.

Questionado pela defesa de Lula se tinha conhecimento de algum outro sistema utilizado pelo consórcio de Curitiba além do Guardião, o agente da PF respondeu o seguinte:

“Eu não saberia dizer, porque como o sistema ele não tá, não tá finalizado, a gente sempre evitou, é, usar esse sistema enquanto não tivesse homologado porque corria o risco de perder um áudio. Então eu não me recordo no âmbito da “lava jato” desse sistema ter sido utilizado. A gente usava para investigações menos relevantes. Investigações em que eu pudesse assumir o risco de perder uma ligação tão importante.”

Na reclamação, a defesa de Lula argumenta que a admissão de um sistema de interceptação telefônica não homologado “revela um cenário de ilegalidades de proporções inauditas”. “Revela a extensão da corrosão do Estado de Direito no país.”

A suspeita da existência de uma ferramenta não oficial de interceptação telefônica à disposição de lavajatistas foi noticiada em reportagem da ConJur de junho de 2020. Um dos desdobramentos da revelação foi um pedido de apuração do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União para que se investigue se a autodenominada “força-tarefa da lava jato” no Paraná cometeu irregularidades na “compra, uso e desaparecimento de aparelhos de interceptação telefônica e na rotina de distribuição de processos”.

Canais extraoficiais de comunicação
No bojo do mesmo processo também prestaram depoimento os delegados Igor Romário de Paula e Luciano Flores de Lima. Eles, segundo os advogados de Lula, apesar de alguns momentos de “curiosa amnésia”, confirmaram o uso de canais extraoficiais entra membros da PF e do Ministério Público Federal, como o aplicativo de mensagens Telegram.

Inquirido por um juiz federal, Romário de Paula inicialmente negou a existência de canais extraoficiais de comunicação, mas acabou confirmando em seguida. Veja o trecho em que ele admite o uso de aplicativos de mensagens:

“Agora, quando eu digo que a comunicação podia ser feita pelo telefone, por aplicativo de mensagem, é, não tô me referindo necessariamente a comunicações oficiais, assim, oficiais, digo que contatos que tenham, sejam necessários emergenciais. É, agora, medidas que precisam ser adotadas, é, nos procedimentos, enfim, quando se exige uma comunicação oficial, o cumprimento de uma ordem, ordem de diligência, isso sim, isso é feito através do eproc”.

Os contatos por WhatsApp e Telegram entre autoridades da PF e membros do MPF também são confirmados pelo delegado Luciano Flores. Leia abaixo trecho do depoimento:

“Sim, se dependendo do, do tipo de contato, por exemplo, para, é, combinar uma audiência, uma reunião na sede do Ministério Público, ou na sede da Polícia Federal para tratar, por exemplo, é, tá me fugindo aqui algum exemplo que eu podia dar, mas vamos tratar de uma reunião é, que de repente seria necessária envolver os procuradores e a equipe de investigação, sobre, sei lá, é, o resultado da fase que acabou de ser executada envolvendo a fase x da operação “lava jato”. É esse tipo de coisa.”

Ele também afirma que não dispõe mais dos arquivos das trocas de mensagens por ter trocado de aparelho telefônico.

Cooperação internacional clandestina
O delegado Igor Romário de Paula também confirmou que teve conhecimento de uma reunião entre autoridades norte-americanas e procuradores do consórcio de Curitiba. Leia o trecho em que ele confirma a existência do encontro:

“Eu soube que houve reunião de autoridades americanas com o Ministério Público Federal, mas, à época, mas não saberia lhe dizer que autoridades e que agências representavam à época. E, depois disso, só o que eu tive conhecimento, é pela imprensa, mas que houve reunião em Curitiba com autoridades americanas eu tive conhecimento que houve sim.”

As conversas hackeadas entre procuradores mostraram que foi feita uma reunião irregular em outubro de 2015 entre procuradores da “lava jato” e 17 agentes e autoridades norte-americanos à sede do MPF em Curitiba. Entre eles estavam procuradores ligados ao Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA e agentes do FBI.

De acordo com as conversas, divulgadas pelo Intercept, a “lava jato” não informou os encontros para o governo brasileiro, então chefiado pela presidente Dilma Rousseff, realizados para cooperar com as autoridades dos Estados Unidos.

Na reclamação, a defesa do ex-presidente Lula elenca os novos fatos e relembra os já anteriormente apontados para justificar o pedido de trancamento integral da ação penal relativa a investigação sobre a compra de terreno para uma nova sede do Instituto Lula. O ex-presidente é representado pelos advogados Cristiano ZaninValeska Teixeira MartinsMaria de Lourdes LopesEliakin Tatsuo Y.P. dos Santos e Guilherme Queiroz Gonçalves.

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Andreazza Joseph é um dos muitos potiguares talentosos que estão espalhados pelo mundo, multifacetado, possuindo formação em Direito e Jornalismo, além de atuar como produtor audiovisual na AgênciAzzA. Com sua paixão pela cultura nordestina, ele se destaca como um cordelista e multi-instrumentista. Sua habilidade em diversas áreas o torna uma figura versátil e criativa, trazendo uma perspectiva única para cada matéria que escreve."

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Secom ganha prêmio de transparência com o ComunicaBR

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Plataforma de transparência ativa do Governo Federal superou outros cinco finalistas na 2ª edição do Prêmio Social Media Gov de Comunicação Pública, nesta quinta-feira (25), em Florianópolis (SC)

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) conquistou nesta quinta-feira, 25 de abril, em Florianópolis (SC), o Prêmio Social Media Gov de Comunicação Pública com o ComunicaBR. A produção em vídeo criada para divulgar a plataforma de transparência ativa do Governo Federal nas redes sociais superou outras cinco finalistas na Categoria Transparência da premiação, concedida pela WeGov.

» Conheça a produção em vídeo premiada

Esse prêmio é o reconhecimento de um trabalho feito pelo Governo Federal em prol de todos os brasileiros. Com o ComunicaBR, falamos diretamente com a população e mostramos os resultados e entregas do governo na região onde cada um mora e no país todo. Também auxiliamos a imprensa e os gestores a terem os dados mais atualizados e corretos”
PAULO PIMENTA Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Criado em parceria pelo Gabinete Pessoal do Presidente da República, Secom, Casa Civil e o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o ComunicaBR dá continuidade ao legado de transparência do Governo Federal, iniciado com a criação da Controladoria-Geral da União (CGU) em 2003, do Portal da Transparência em 2004, e do Projeto de Lei nº 5.228 de 2009, que foi promulgado em 2011 como a Lei de Acesso à Informação (LAI).

O ministro da Secom, Paulo Pimenta, destaca a amplitude do ComunicaBR ao atingir diversos públicos. “Esse prêmio é o reconhecimento de um trabalho feito pelo Governo Federal em prol de todos os brasileiros. Com o ComunicaBR, falamos diretamente com a população e mostramos os resultados e entregas do governo na região onde cada um mora e no país todo. Também auxiliamos a imprensa e os gestores a terem os dados mais atualizados e corretos”, afirma.

Para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a conquista do Prêmio Social Media Gov de Comunicação Pública é mais uma demonstração de que o governo está no caminho certo. “O ComunicaBR é um grande exemplo de boas práticas que podemos ter no ambiente digital, promovendo o acesso fácil, simples e rápido da população a informações confiáveis sobre seu município. É uma iniciativa moderna para garantir transparência, que também é um compromisso do presidente Lula. Essa premiação reforça que estamos no rumo certo”, destaca.

“A transparência ativa diretamente para os cidadãos e cidadãs é uma marca do governo Lula. Feliz com o reconhecimento dessa iniciativa desenvolvida na parceria MGI/Secom que permite que todos acompanhem as ações do governo federal em sua cidade”, comemora a ministra da da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

CRITÉRIOS – Os finalistas da 2ª edição do Prêmio Social Media Gov de Comunicação Pública foram definidos após análise que compreendeu o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023, e levou em conta os critérios de envolvimento e impacto coletivo das publicações, além da pertinência com a temática da categoria.

Na Categoria Transparência, foram consideradas instituições que promoveram a transparência na Administração Pública por meio de seus conteúdos, posicionamentos e ações.

“O ComunicaBR é um instrumento de transparência ativa. Representa o compromisso do governo Lula de aprimorar continuamente os mecanismos de prestação de contas à sociedade. Ganhar esse prêmio não só mostra que estamos fazendo um trabalho sério, mas também nos estimula a melhorar cada vez mais”, diz Sandra Brandão, chefe de gabinete da Presidência.

COMUNICABR – O ComunicaBR foi criado em 2023 com o objetivo de facilitar o acesso a dados de programas do Governo Federal, por meio de uma interface simples e intuitiva, com informações atualizadas e contextualizadas, para o maior número de pessoas, de forma ampla e democrática.

Em constante atualização, o portal apresenta cards informativos, relatórios e panfletos com dados divididos por eixos temáticos. Estão disponíveis informações sobre a execução de ações do governo e programas como Mais Médicos, Brasil Sorridente, Farmácia Popular, Escola em Tempo Integral, Pacto Nacional pela Retomada de Obras, Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, Escolas Conectadas, Bolsa Família, Bolsa Atleta, Lei Paulo Gustavo, obras do Novo PAC, Minha Casa, Minha Vida, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Crédito Rural (Agronegócio) e Crédito Rural (Agricultura Familiar), entre outros.

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