Oitava edição do Conexões SICOM pauta diretrizes de comunicação para a COP30

1. Oitava edição do Conexões SICOM pauta diretrizes de comunicação para a COP30

Histórico do Brasil em conferências globais, particularidades da COP30, posicionamento do Governo, mensagens-chave, pautas positivas, canais de comunicação oficiais, bem como detalhes de transmissão, logística e infraestrutura foram os temas do encontro “Conexões SICOM – A transformação começa aqui” desta quinta-feira, 2 de outubro, no Palácio do Planalto. A iniciativa reuniu profissionais de comunicação de diversos órgãos que compõem o Sistema de Comunicação do Governo do Brasil (Sicom).

O ciclo de palestras, que já está na oitava edição, promove formação continuada e incentiva a troca de experiências entre as equipes dos ministérios e de outros órgãos do Executivo Federal. Organizado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM/PR), esta edição buscou integrar ações para a cobertura e o posicionamento do Governo do Brasil em relação à COP30.  

Em sua fala de abertura, o Secretário de Comunicação Institucional, Paulo Brito, destacou o protagonismo do Brasil no cenário internacional, a importância de se pensar o mundo a partir das questões climáticas, o sucesso que o mascote Curupira tem feito a ponto de receber convites para entrevistas e filmes, além da vitória histórica do projeto de lei que defende a reforma do Imposto de Renda e já foi aprovado por unanimidade na Câmara do Deputados.

A CONFERÊNCIA — A capital paraense sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas entre 10 e 21 de novembro de 2025, antecedida pela Cúpula de Líderes, nos dias 6 e 7. Trata-se de um dos maiores órgãos multilaterais do sistema das Nações Unidas (ONU), responsável por tomar as decisões para implementar os compromissos assumidos no combate à mudança do clima. 

OBJETIVOS — Durante o encontro desta quinta, a coordenadora de Comunicação na PCOP, Andrea Margit, destacou que a COP30 terá como foco fortalecer o multilateralismo, conectar o regime climático à vida real das pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Ela detalhou temas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), o Objetivo Global de Adaptação (GGA), Planos Nacionais de Adaptação (NAPs), fluxos financeiros e o balanço global, que mede o progresso coletivo em relação às metas climáticas.

COMPROMISSOS – “Fortalecer o multilateralismo é garantir que haja confiança no processo dos acordos, da própria Conferência, de todos os mecanismos de financiamento, e conseguir traduzir isso para o cotidiano da vida das pessoas, nas cidades, no trabalho, na educação. Então, é muito importante conectar esse regime climático com a vida real”, disse Margit. “Outro objetivo é garantir a aceleração de todos os compromissos do Acordo de Paris. A gente vai ver muito forte a questão da mitigação e da adaptação combinadas. Já não estamos mais falando de priorizar uma ou outra, mas de ter planos muito concretos, tanto para mitigação de gases de efeito estufa, como de adaptação”, detalhou.

HISTÓRICO — O coordenador de Comunicação da COP30 na SECOM, Rubens Campana, ressaltou que a conferência será histórica: dez anos após o Acordo de Paris e 20 anos depois do Protocolo de Kyoto. Ele destacou a importância do Brasil como sede, lembrando que o país possui credenciais únicas em energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono.

REFERÊNCIA – “Não é toda COP que você vai ter um país sede que tem essa história toda nos temas de negociação climática, um chefe de Estado que sempre defendeu isso ao longo da história dele, num momento-chave, que é esse que a gente vive, onde a gente agora pode dar esse passo para avançar na implementação e nessa agenda de ação”, destacou Campana.

TRANSIÇÃO — Entre as mensagens-chave que serão reforçadas na COP30 estão a urgência e a ambição na ação climática, com ênfase na implementação dos compromissos firmados, busca por soluções, inclusão e prosperidade, garantindo que a transição climática seja segura e gere oportunidades para todos. O Brasil vai reafirmar sua liderança nas negociações globais sobre clima e sustentabilidade.

“A gente está num momento político que vai ser desafiador: aumento de conflitos, sensação de erosão da ordem internacional. O Brasil é esse campeão do multilateralismo, tem credibilidade para falar sobre isso e cria uma situação muito única na COP30”, avaliou Campana.

TRANSFORMAÇÃO — A assessora especial da Secretaria-Executiva da Casa Civil, Gioconda Bretas, destacou o legado urbano e social que a COP30 deixará para Belém, com a transformação urbana e social que ficarão além do evento. Entre os impactos permanentes estão a geração de 5 mil empregos diretos durante a preparação e execução das obras, além do aumento da capacidade turística, com a rede hoteleira fortalecida, hotéis flutuantes e requalificação de alojamentos. 

LEGADO – Os investimentos em infraestrutura urbana somam R$ 4,2 bilhões e beneficiam mais de 500 mil pessoas.

“A gente está fazendo investimentos inéditos que, talvez, sem um evento como esse, seria difícil reunir todos para serem feitos de uma vez só. As obras que estão sendo feitas vão ser um legado gigantesco. São obras de macrodrenagem, de saneamento e de parques lineares”, explicou Bretas.

MUTIRÃO GLOBAL – Patrícia de Almeida, diretora de Planejamento na Secretaria-Executiva na SECOM, apresentou diretrizes de comunicação, posicionamento do Governo, identidade visual do evento, conceitos que inspiraram mensagens-chave, contexto sobre o mascote Curupira, resultados de pesquisas de opinião e um vídeo sobre o legado que a COP30 deixa para a região. 

“É a primeira vez que a COP acontece no lugar que está sendo debatido na COP, num grande centro do clima. A gente trouxe a COP para a Amazônia. É uma grande inovação. Não há como transformar a floresta sem conhecer a floresta”, destacou Almeida. O conceito definido para a Conferência é “Mutirão Global pelo Clima”, que propõe uma nova forma de pensar as relações comerciais, sociais, políticas e econômicas.

INTEGRIDADE DA INFORMAÇÃO – A Secretária-Adjunta de Políticas Digitais, Nina Santos, também esteve presente e falou sobre a Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre Mudança do Clima, lançada em novembro de 2024, durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Parceria do Governo do Brasil com as Nações Unidas e a UNESCO, a Iniciativa reflete a prioridade conferida ao tema e salientada pelo presidente Lula em foros internacionais. Esta é a primeira vez que o debate sobre integridade da informação faz parte da Agenda de Ação da COP. 

AO VIVO — O superintendente de Serviços de Comunicação da EBC, Juan Pessoa, apresentou a estratégia de cobertura da empresa pública durante a COP30, que incluirá transmissões ao vivo, entrevistas, boletins diários e enviados especiais para garantir a ampla divulgação do evento.

“Nós temos uma editoria específica junto com o site da COP30. Esse trabalho vem desde o G20 e o BRICS. Então, fomos acumulando essa experiência de fortalecer a produção para os portais de notícias e, como a agência, também de distribuir esses conteúdos”, afirmou.

OUTRAS EDIÇÕES — Ao longo do ciclo de palestras Conexões Sicom, foram debatidos temas centrais para o aprimoramento da comunicação no Governo Federal. Encontros anteriores já trataram de temas como comunicação integrada em diferentes plataformas, uso da linguagem simples, planejamento estratégico de comunicação, redes sociais, pesquisa de opinião pública, enfrentamento à desinformação, promoção da igualdade racial e valorização da diversidade e inclusão. Essas discussões têm contribuído para fortalecer a atuação das equipes e promover uma comunicação cada vez mais integrada, qualificada e assertiva.