Mabel e estudantes da Rede Municipal prestigiam no TRT-GO exposição sobre abolicionista Luiz Gama

Mabel e estudantes da Rede Municipal prestigiam no TRT-GO exposição sobre abolicionista Luiz Gama

Mostra é composta por 120 retratos, integra programação da Semana da Consciência Negra e vai até até 5 de dezembro

O prefeito Sandro Mabel visitou, nesta segunda-feira (17/11), acompanhado por estudantes da Rede Municipal de Educação, a exposição “Eu amanuense que escrevi…”, no Centro Cultural Trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-GO). A mostra integra a Semana da Consciência Negra e apresenta 120 retratos reconstruídos por inteligência artificial a partir das descrições feitas pelo jurista, poeta e abolicionista Luiz Gama, quando atuava como amanuense (escrivão) no Fórum Criminal de São Paulo, entre 1864 e 1866. É a primeira vez que a exposição sai do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Durante a visita, Mabel destacou a importância de aproximar os alunos da história por meio de tecnologia.

“Essa visita, ainda mais nessa semana, é uma mistura da história com a tecnologia. Essas crianças estão recebendo nas escolas municipais as lousas eletrônicas, que têm inteligência artificial. Isso vai mostrar pra eles o que pode ser feito. E, ao mesmo tempo, é história”, afirmou. 

Ele lembrou que Gama era responsável por registrar manualmente as características das pessoas escravizadas.

“Ele descrevia a pessoa, anotava tudo ali. A partir desse escrito, colocaram na inteligência artificial e ela construiu os rostos, dando formato a toda essa história, a todas essas pessoas que foram escravizadas”, disse.

O prefeito destacou ainda que a presença dos alunos fora da sala de aula tem propósito pedagógico.

“Eles estão fora da sala porque isso aqui é importante. Não temos como levar uma exposição dessa pra escola. Não podemos perder essa oportunidade de eles conhecerem um fato tão importante, histórico, transformado agora pela inteligência artificial. O tribunal tem um programa que vai às escolas ensinar cidadania, direitos. É um trabalho bonito, que estamos assinando um convênio, para fazer com que os nossos alunos possam aprender mais, conhecer os seus direitos e, sobretudo, ter essa possibilidade de conhecer uma história importante”, destacou.

O presidente do TRT-GO, desembargador Eugênio Cesário, explicou o ineditismo da exposição.

“Essa mostra é uma produção exclusiva do acervo cultural de São Paulo e nunca tinha saído de lá. Sai agora, pela primeira vez, e chega justamente na Semana da Consciência Negra. Luiz Gama era liberto, mas foi vendido como escravo quando criança. Depois recuperou a própria liberdade e ajudou a libertar muita gente. As descrições que ele fez foram lançadas na IA e permitiram recuperar os retratos dessas pessoas reais que um dia foram escravizadas neste país, que não tem tanto tempo assim”, refletiu.

Impacto

A secretária municipal de Educação, Giselle Faria, comentou o impacto da experiência nos estudantes.

“Eles estão encantados. É uma exposição sobre pessoas escravizadas há muitos anos, mas que traz a importância da Semana da Consciência Negra e mostra como alguém que representava essas pessoas fez diferença”, disse. Ela também refletiu sobre a importância do aprendizado tecnológico, uma vez que há uma grande discussão sobre IA nas escolas. “É plantar boas sementes, com tudo que o mundo atual pode oferecer para gente poder construir um país e um futuro melhor para todos”, frisou.

O secretário municipal de Cultura, Uugton Batista, também destacou o simbolismo da mostra.

“Essas pessoas sofreram muito no passado e ainda sofrem hoje. Luiz Gama foi vendido pelo próprio pai. Mas, pela educação e cultura, conseguiu se tornar advogado e libertar muitos outros negros. A história dele mostra que a gente não pode repetir os mesmos erros”, afirmou.

Entre os estudantes, a visita gerou reflexões. Júlia Nunes Rocha, do 7º ano, disse ter se impressionado com os documentos originais.

“É diferente do que a gente vê na sala. Aqui temos contato mesmo com a história. As cartas são diferentes de tudo que estamos acostumados”, contou. Para Alessandra Oliveira Marques, 13 anos, a experiência também foi marcante. “A exposição é muito importante pra nós que estamos aprendendo sobre a escravidão. Gostei muito dos jornais antigos. É tudo muito diferente da nossa vida hoje. Achei maravilhoso poder ver isso de perto”, concluiu.

A exposição segue aberta ao público até 5 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, no Centro Cultural Trabalhista do TRT-GO.

Fotos: Alex Malheiros / Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) - Prefeitura de Goiânia

 

 

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Andreazza Joseph
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