Caldas Novas

MPGO: Apura casos de violação de sepulturas para venda ilegal de jazigos em Caldas Novas

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Corrupção passiva, excesso de exação (cobrança indevida de taxas), associação criminosa e violação a sepultura – esses são os crimes que podem ter sido praticados e estão sendo apurados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na investigação da Operação Anúbis, deflagrada nesta terça-feira (4/7), em Caldas Novas.
Na ação, foram cumpridos nove mandados judiciais – um de prisão preventiva e oito de busca e apreensão – contra servidores públicos de Caldas Novas, ex-funcionários do município e um empresário do ramo funerário, na investigação que apura a venda clandestina de jazigos nos cemitérios públicos da cidade (são dois), bem como a cobrança ilegal de taxas. No total, são cinco as pessoas atualmente investigadas pelas condutas criminosas.
Em entrevista coletiva na tarde de hoje, em Goiânia, o promotor de Justiça Augusto César Borges de Souza, titular da 5ª Promotoria de Justiça de Caldas Novas e que conduz a investigação, informou que a apuração teve início a partir de sindicância instaurada pela administração municipal no início do ano, decorrente da descoberta de ossadas num depósito do cemitério, em três sacos. Ele salientou que a apuração em curso abrange o período do início de 2021 até o começo deste ano, mas há indícios de que as condutas criminosas ocorrem há muito mais tempo, de forma continuada.

Apuração apontou cobrança de até R$ 18 mil por jazigo

Segundo explicou o promotor, a comercialização dos terrenos nos cemitérios é ilegal, porque são bens públicos, que não podem ser vendidos (inalienáveis). O que a legislação permite, observou, é a cobrança de uma taxa de concessão do jazigo para o sepultamento de uma pessoa, no valor atual, em Caldas Novas, de R$ 199,00, além de outra taxa pelo serviço funerário de sepultamento, também em valor inferior a R$ 200,00. Contudo, conforme detectado até agora, os investigados chegaram a cobrar até R$ 18 mil pela venda de um título de concessão de jazigo. O montante do enriquecimento ilícito dos investigados, porém, ainda está sendo levantado. 
O promotor detalhou que o esquema de corrupção ocorria por meio de três modalidades de comercialização ilícita dos terrenos nos cemitérios: com a intermediação dos servidores públicos na venda de títulos de concessão dos jazigos, em troca do recebimento de uma comissão pelo “negócio”; com a venda direta pelos servidores dos terrenos abandonados ou não regularizados, ou com violação de sepultura para remoção compulsória de ossadas visando à posterior revenda dos jazigos.
A violação de sepulturas foi constatada, relatou o promotor, tanto pela descoberta das ossadas no depósito do cemitério quando pela verificação, por familiares, de que outras pessoas estavam sepultadas nos jazigos nos quais deveriam estar enterrados seus entes queridos, sem que eles tenham sido informados de qualquer remoção.
Em relação às ossadas achadas em sacos, destacou Augusto César, a Polícia Civil está cuidando da investigação – um delegado integra a apuração –, devendo ser realizados exames para detectar de quem seriam. Já sobre as demais situações de violação de sepultura, o promotor pede que as famílias que suspeitam de ocorrências dessa natureza procurem o Ministério Público para que os casos sejam apurados.

Cobrança irregular de taxas visava dar aparência de legalidade aos atos

Ao explicar sobre a questão das taxas, o promotor de Justiça Fabrício Lamas, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que deu apoio à operação, esclareceu que a cobrança de taxas indevidas (no caso, pagando taxa por ato ilícito) ou por valores maiores do que a tabela oficial configura o crime chamado de excesso de exação, previsto no artigo 316, parágrafo 1º, do Código Penal.
Os promotores explicaram que a cobrança dessas taxas tinha como finalidade também dar aparência de legalidade à comercialização clandestina dos jazigos.
Augusto César ponderou que, a princípio, as pessoas que adquiriram os jazigos vendidos ilegalmente não estão sendo investigadas, porque teriam agido de boa-fé, não havendo indícios de possível conduta de corrupção ativa (quando a pessoa oferece vantagem ilícita ao servidor público).
Participam da Operação Anúbis sete promotores de Justiça e um delegado. O cumprimento dos mandados, decorrente de investigação da 5ª Promotoria de Justiça de Caldas Novas, contou com o apoio operacional da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI-MPGO) e auxílio da Polícia Militar.
(Texto: Ana Cristina Arruda – Fotos: Fernando Leite/Assessoria de Comunicação Social do MPGO)
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Caldas Novas

MPGO apura esquema de adulteração em guias e tributos dos cadastros imobiliários de Caldas Novas

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O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da 5ª Promotoria de Justiça de Caldas Novas, deflagrou na manhã desta quarta-feira (8/5) operação para apurar eventuais fraudes praticadas por servidores públicos em benefício de particulares.

A investigação verifica alterações de valores de guias de recolhimento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), do Imposto Sobre Serviços (ISSQN) e nos cadastros imobiliários nos sistemas informatizados do município de Caldas Novas.

Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão em endereços localizados em Caldas Novas e Aparecida de Goiânia. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Caldas Novas.

A operação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional (CSI) do MPGO e a participação de cinco promotores de Justiça e sete delegados, além de agentes da Polícia Civil e de integrantes da Polícia Militar.

(Texto e fotos: CSI / Edição: Ascom MPGO)

(Texto e fotos: CSI / Edição: Ascom MPGO)

 

Na manhã de hoje (08/05), a prefeitura de Caldas Novas, soltou essa nota.

NOTA DE RESPOSTA

Em razão dos questionamentos sobre a “Operação do Ministério Público de Goiás, para apurar eventuais fraudes praticadas por servidores públicos em benefício de particulares”, o Governo de Caldas Novas vem a público esclarecer que:

1) A ação do Ministério Público de Goiás, que acontece em Caldas Novas nesta quarta-feira, 08, tem como alvo apurar alterações de valores de guias de recolhimento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), do Imposto Sobre Serviços (ISSQN) e nos cadastros imobiliários nos sistemas informatizados do município de Caldas Novas.

2) Cumpre esclarecer que, a referida ação foi deflagrada justamente a conhecimento do Governo de Caldas Novas, que através da Secretaria Municipal de Fazenda e Gestão, determinou a instalação imediata de uma sindicância para apurar denúncias praticadas por servidores públicos, após notificação do Tribunal de Contas dos Município (TCM) com imputação de débitos na ordem de aproximadamente 10 milhões, originados por descontos indevidos de impostos praticados na gestão anterior, nos anos de 2018 a 2020.

3) Afirma também, que através de Portaria Municipal nº 354 de 27 de março de 2023, e publicado no Diário Oficial do Município em 31 de março de 2023, Edição nº 1193, o Procedimento de Sindicância foi instaurado pelo Município.

4) Ademais, esclarece, que em 1º de agosto de 2023, a Secretaria Municipal de Fazenda e Gestão, realizou o envio do procedimento integral da Comissão de Sindicância, que acusou indícios de ilícito de natureza penal, ao Ministério Público de Goiás, vez se tratar do órgão competente para instaurar eventual ação penal, gerando então, a Operação realizada nesta data, em Caldas Novas.

5) Confirma ainda, que a Procuradoria-Geral do Município acompanha e colabora com toda a ação promovida pelo Ministério Público de Goiás com apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional (CSI) do MPGO e a participação da Polícia Civil e Polícia Militar.

Respeitosamente, nos colocamos à disposição para qualquer outro esclarecimento.

Secretaria de Comunicação / Prefeitura de Caldas Novas

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