Agro

AGRONEGÓCIO: BNDES garante R$ 50 bi em créditos para o agro em 2023

Publicado

em

Investimentos destinados ao setor anunciados pelo banco superam em 50% os realizados pela instituição em todo ano de 2022

Contratações de novas operações de crédito. Criação de nova linha indexada ao dólar com taxa de juro fixa e de longo prazo. Recursos recordes para o Plano Safra e para a agricultura familiar, além de investimentos para que 250 mil famílias do semiárido nordestino avancem em práticas agrícolas e de segurança hídrica.

O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta. Metade é desmatamento e queimada. E 24% vêm do campo. Nós podemos produzir cada vez mais sem desmatar, sem destruir, preservar e mostrar ao mundo que, além de uma agricultura eficiente, moderna, que alimenta o planeta, contribuímos para combater o efeito estufa. Queremos uma agricultura de precisão, sustentável, e é nisso que o BNDES está investindo” Aloizio Mercadante, presidente do BNDES 

Entre as várias ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesses primeiros seis meses de gestão, já são R$ 50 bilhões garantidos ao agronegócio e à agricultura familiar em 2023, recursos para impulsionar o setor e apoiar a adoção de práticas cada vez mais sustentáveis na cadeia de produção. O investimento anunciado pelo banco supera em mais de 50% os recursos destinados pela instituição ao agronegócio em 2022.

“O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa no planeta. Metade é desmatamento e queimada. E 24% vêm do campo. Nós podemos produzir cada vez mais sem desmatar, sem destruir, preservar e mostrar ao mundo que, além de uma agricultura eficiente, moderna, que alimenta o planeta, contribuímos para combater o efeito estufa. Queremos uma agricultura de precisão, sustentável, e é nisso que o BNDES está investindo”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

R$ 11,5 BI – O primeiro passo foi reativar linhas de financiamentos para o agronegócio que estavam fechadas quando a nova diretoria tomou posse no BNDES, em fevereiro. Logo no primeiro mês da nova gestão foram ofertados R$ 2,9 bilhões para o setor com a reabertura de protocolos e contratações de novas operações de crédito.

Na sequência, o BNDES anunciou R$ 4 bilhões em uma nova linha indexada ao dólar com taxa de juro fixas de até 8,06% e prazo total de até 120 meses, com até 24 meses de carência. Destinado ao setor do agro que tem recebíveis em dólar, a iniciativa mira a construção e ampliação de armazéns, obras de irrigação, formação e recuperação de pastagens, geração e distribuição de energia de fontes renováveis e regularização ambiental da propriedade. Além disso, o banco anunciou, no início de junho, durante a abertura da Bahia Farm, novos recursos para o agro num total de R$ 3,6 bilhões.

AGRICULTURA FAMILIAR – Levando-se em conta todas as linhas dentro do Plano Safra/Safrinha 2023/2024, incluindo os recursos destinados à agricultura familiar, à agricultura empresarial e os recursos livres, o BNDES reservou R$ 38,4 bilhões em créditos, um valor 55% superior ao do ano passado. A agricultura familiar ganhou destaque e atenção. O volume oferecido foi ampliado em 103%, saindo de R$ 5,7 bilhões em 2022/2023 para R$ 11,6 bilhões em 2023/2024. O banco também reservou R$ 14,8 bilhões para a agricultura empresarial, um crescimento de 33%.

Além disso, o BNDES aprovou junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (FIDA) o apoio não reembolsável em valor que pode chegar a R$ 1 bilhão para que 250 mil famílias de agricultores familiares do semiárido nordestino recebam investimentos em práticas agrícolas e segurança hídrica.

  • PLANO SAFRA – No final de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Plano Safra 2023/2024, cujos valores alcançaram o maior patamar da história. Serão disponibilizados R$ 364,2 bilhões em crédito para financiamentos, valor que representa um aumento de 27% em comparação aos do ano passado. Com isso, o Governo Federal incentiva a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, juros competitivos e impulsiona o potencial brasileiro para manter o agronegócio como um dos principais vetores da economia nacional.

O projeto, conhecido como “Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste”, tem como objetivo aumentar a segurança alimentar e promover a mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas na região.

Segundo projeções, os recursos devem impactar diretamente um milhão de pessoas em uma área de aproximadamente 84 mil hectares, restaurando ecossistemas degradados com potencial para a prestação de serviços ambientais.

Serão implementadas 21 mil cisternas e 16 mil unidades de tratamento e reuso de águas residuais domésticas, bem como desenvolvidas sete rotas nacionais e internacionais (América Latina e África) de intercâmbio entre agricultores de biomas semelhantes. Estima-se reduzir as emissões de carbono em aproximadamente 11 milhões de toneladas de CO2.

Foto: Charles Ricardo / Pixabay
COMENTE ABAIXO:

Andreazza Joseph é um dos muitos potiguares talentosos que estão espalhados pelo mundo, multifacetado, possuindo formação em Direito e Jornalismo, além de atuar como produtor audiovisual na AgênciAzzA. Com sua paixão pela cultura nordestina, ele se destaca como um cordelista e multi-instrumentista. Sua habilidade em diversas áreas o torna uma figura versátil e criativa, trazendo uma perspectiva única para cada matéria que escreve."

Propaganda

Agro

Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

Publicados

em

Para evitar uma possível escalada no preço arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada nesta terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Trata-se de um dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.

De acordo com o ministro, perdas na lavoura, em armazéns alagados e, principalmente, a dificuldade logística para escoar o produto, com rodovias interditadas, poderia criar uma situação de desabastecimento, elevando os preços no comércio.

“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, explicou. Os recursos para a compra pública de estoques de arroz empacotado serão viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário.

“Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, acrescentou o ministro. A MP depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de um decreto legislativo que reconhece a calamidade pública no Rio Grande do Sul e, com isso, suspende os limites fiscais impostos pela legislação para a ampliação do orçamento. O decreto, já foi aprovado na Câmara dos Deputados, deve ser votado ainda nesta terça pelo Senado.

Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. “Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável”, garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.

Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes. Mais cedo, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia antecipado a informação de que o país poderia ter que importar arroz e feijão. No entanto, segundo o ministro Fávaro, apenas a importação de arroz será necessária.

O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 milhões vêm de produtores gaúchos. O consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, e o país já costuma importar o grão todos os anos.

Prorrogação de dívidas

O ministro Carlos Fávaro também informou ter se reunido, mais cedo, com representantes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul e 123 sindicatos rurais para avaliar as demandas do setor frente ao desastre causado pelas chuvas no estado. O titular da pasta da Agricultura adiantou que, a pedido dos produtores, o governo deverá analisar o pedido de  prorrogação imediata, por 90 dias, de todos os débitos do setor.

A prorrogação é do pagamento de parcelas de empréstimos e operações financeiras de custeio e investimentos, contratadas pelos produtores. A medida precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pelo Banco Central. O órgão deverá realizar uma reunião extraordinária nos próximos dias para encaminhar o pleito dos produtores gaúchos.

Edição: Aline Leal / Agencia Brasil

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CATEGORIAS

CATEGORIAS

CATEGORIAS

CATEGORIAS

MAIS LIDAS DA SEMANA