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Catar é porta de entrada para diversificar negócios com o Oriente Médio,diz Lula

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Para Lula,  Presidente discursou na abertura do Fórum Econômico Brasil – Catar nesta quinta-feira, antes do embarque para Dubai, onde participa da COP 28

 

Ao discursar nesta quinta-feira (30/11) na abertura do Fórum Econômico Brasil – Catar: Oportunidades e Negócios, em Doha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o interesse brasileiro em estreitar relações comerciais com os catarianos ao mesmo tempo em que espera que o país do Oriente Médio diversifique sua pauta de investimentos no Brasil.

Há amplo espaço para diversificação de nossa pauta comercial com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

“Queremos olhar juntos para o futuro e atrair uma nova onda de investimento para o Brasil. O nosso comércio bilateral cresceu de maneira exponencial, passando de cerca de 38 milhões de dólares em 2003 para os atuais 1,6 bilhão de dólares. O Catar é, atualmente, uma de nossas principais portas de entrada para negócios com o Oriente Médio e conta com vibrante empresariado com intenso interesse pelo Brasil”, afirmou.

» Íntegra do discurso do presidente Lula

Lula ressaltou que enxerga boas oportunidades nos campos de defesa, aviação e autopeças. “Há amplo espaço para diversificação de nossa pauta comercial com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da EMBRAER – como o C-390 que me trouxe a Doha”, exemplificou.

Depois da participação no fórum, Lula fez uma visita oficial ao Emir do Catar, Xeque Tamim bin Hamad Al-Thani. O presidente segue ainda nesta quinta-feira de Doha para Dubai, nos Emirados Árabes, onde participa da COP 28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Lula ressaltou que o Brasil pretende se consolidar como um dos protagonistas na transição global em curso rumo a uma economia sustentável.

“A transição energética é nova oportunidade de repetir essa história de sucesso nas áreas de energia de baixo carbono, reaproveitamento de resíduos, infraestruturas verdes e sociobiodiversidade. O Brasil vai ser em breve um exportador de sustentabilidade. Temos imenso potencial nos setores de energia solar, eólica, biocombustíveis e hidrogênio verde. Na COP 28, lançarei um chamado à ação e à ambição no enfrentamento à crise climática. Estou certo de que o Catar também poderá ser um aliado importante nessa agenda”, declarou Lula.

 

President Lula was also received by the Emir of Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani. Photo by Ricardo Stuckert / PR

President Lula was also received by the Emir of Qatar, Tamim bin Hamad Al-Thani. Photo by Ricardo Stuckert / PR

O Brasil pode ser o país com melhores condições de investimentos sustentável no mundo, tanto do ponto de vista social quanto do ponto vista ambiental”

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

INVESTIMENTOS – O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, comandou uma apresentação a empresários e líderes do Catar na abertura do fórum. Ele apresentou os investimentos de US$ 347 bilhões previstos em infraestrutura via Novo PAC, destacou a Agenda Verde e como o país já trabalha na transição para uma economia sustentável, e frisou oportunidades de investimento no país em áreas como ferrovias, rodovias, hidrovias, portos e aeroportos, além da perspectiva de recuperar 40 milhões de hectares para dobrar a produção de alimentos em dez anos.

Ao fim do evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, exaltou a capacidade de atração de investimentos do Brasil em projetos ligados à sustentabilidade. “O Brasil pode ser o país com melhores condições de investimentos sustentável no mundo, tanto do ponto de vista social quanto do ponto vista ambiental”, frisou o ministro.

Segundo ele, a viagem ao Catar tem boas chances de atrair novos parceiros para o Brasil, a exemplo do que ocorreu na Arábia Saudita. “São quase 50 bilhões de reais que a Arábia Saudita pretende investir no Brasil. Isso vai melhorar logística, produtividade da economia brasileira, gerar empregos. Com o Catar estamos começando uma negociação. No caso da Arábia Saudita já está adiantada e o fundo que o Reino pretende constituir já está em curso. O Catar é boa promessa”, encerrou Haddad.

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Andreazza Joseph é um dos muitos potiguares talentosos que estão espalhados pelo mundo, multifacetado, possuindo formação em Direito e Jornalismo, além de atuar como produtor audiovisual na AgênciAzzA. Com sua paixão pela cultura nordestina, ele se destaca como um cordelista e multi-instrumentista. Sua habilidade em diversas áreas o torna uma figura versátil e criativa, trazendo uma perspectiva única para cada matéria que escreve."

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Brasil lidera diálogos sobre integridade da informação e regulação de plataformas

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Evento paralelo ao G20 apresentou desafios do mundo digital, como a desinformação e o discurso de ódio, e propôs soluções para o enfrentamento global

O Brasil integra o grupo que lidera uma iniciativa global para promover a integridade da informação e enfrentar a desinformação e o discurso de ódio no mundo. Nesta semana, o país protagonizou este debate e reuniu, em São Paulo, especialistas, autoridades e líderes globais para dialogar, além de propor caminhos para educação midiática, regulação do mercado de serviços digitais e proteção de eleições e instituições públicas.

O encontro, nos dias 30 de abril e 1º de maio, em São Paulo, foi promovido pelo Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, sob o tema “Integridade da Informação e Confiança no Ambiente Digital”. O Brasil é a sede do G20 em 2024 e o evento paralelo enfatizou discussões multilaterais que, atualmente, estão tendo lugar no âmbito da ONU, da Unesco e da OCDE.

“Acreditamos que a desinformação e o discurso de ódio afetam o exercício pleno de direitos individuais e coletivos. O enfrentamento à desinformação e ao discurso de ódio fortalece a liberdade de expressão, porque promove o acesso à informação para o conjunto da sociedade e protege o direito de expressão de grupos minorizados”, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta.

Para ele, o G20 é um espaço privilegiado para abordar a questão. O ministro afirmou que as Nações Unidas e a Unesco já estão “gestando a proposta” — que deve reunir coletivos internacionais de pesquisadores, como a Rede de Conhecimento Global, o Observatório da Informação e Democracia e o Painel Internacional sobre o Ambiente Informacional, assim como outras agências do Sistema ONU envolvidas no enfrentamento das mudanças climáticas.

REGULAÇÃO — Pimenta assegurou que o Brasil seguirá pautando globalmente a urgência pela regulação “democrática” das plataformas. O chefe da Comunicação do governo ressaltou que as grandes empresas do setor precisam ter mais responsabilidade para garantir que o ambiente digital não seja usado para a disseminação de conteúdos ilegais.

“A regulação deve ser equilibrada para promover e garantir a liberdade de expressão ao mesmo tempo em que protege outros direitos fundamentais dos cidadãos. Entendemos que a União Europeia e o Reino Unido são referências de legislação recente que vão nessa direção e devem inspirar os debates globais”, declarou.

O ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) fez coro com o titular da Secom e enfatizou a urgência da regulação. “Não existe liberdade sem responsabilidade”, resumiu, apontando para a necessidade de mediação institucional para garantir soberania e democracia. O ministro destacou que o ódio e a violência não são fenômenos novos, mas assumem significados distintos ao longo do tempo.

Almeida definiu a atual era de desinformação e polarização como “alarmante”, especialmente em função do comportamento das empresas de mídias sociais. Alertou que a falta de regulação alimenta o caos e a desordem, proporcionando terreno fértil para extremistas e criminosos.

“Se não agirmos agora para discutir e implementar medidas sérias contra a desinformação, estaremos entregando o futuro nas mãos daqueles que combatemos. Precisamos entender a necessidade de responsabilização para evitar um futuro sombrio. A história está em nossas mãos e não podemos nos omitir”, argumentou o ministro.

REUNIÕES BILATERAIS — O ministro Pimenta aproveitou o evento paralelo ao G20 para realizar encontros bilaterais sobre melhores práticas para conteúdos patrocinados nas redes sociais; ações de combate à desinformação no ambiente online; e medidas para a regulação das plataformas digitais. Em cada oportunidade, enfatizou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para construir parcerias internacionais, citando desafios para combater a desinformação no país — a exemplo da queda na cobertura vacinal no Brasil, resultante da disseminação de informações falsas contra as vacinas.

O ministro esteve com representantes de empresas para discutir a possibilidade de uma agenda conjunta para promover a integridade da informação em ações publicitárias no ambiente digital. Afirmou a vontade de contar com as entidades para a promoção de melhores práticas nos setores público e privado, bem como para buscar uma com foco em eficiência e demandar ação mais enérgica das plataformas para combater anúncios de estelionato e fraude nas redes, principalmente aqueles que usam políticas do Governo Federal para atrair atenção dos cidadãos.

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