Agro
Mapa marca presença na Gulfood em Dubai e reforça papel do Brasil em exportações do agro
Considerados o 13º maior comprador de produtos do agronegócio brasileiro, os Emirados Árabes Unidos sediam, nesta semana em Dubai, a 29ª edição da Gulfood, a maior feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio e uma das maiores do mundo. Com uma parceria institucional firmada com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o evento também teve a participação de uma delegação representando o Mapa.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, o secretário-adjunto, Julio Ramos, e o diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira, estiveram presentes junto à delegação brasileira em seis pavilhões. Os espaços foram organizados especialmente pela Apex Brasil e entidades setoriais, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), reunindo cerca de 120 empresas brasileiras.
Com a expectativa de movimentar US$ 2,4 bilhões em negócios para o Brasil, um dos destaques do agronegócio brasileiro na feira são as proteínas animais, especialmente a carne de frango halal, produzida conforme os preceitos e tradições islâmicas. Atualmente, o país é o maior exportador mundial de carne halal e, segundo especialistas, a tendência é que as exportações brasileiras para esse mercado continuem crescendo. Somente no ano passado, o Brasil exportou para os Emirados Árabes US$ 2,33 bilhões em produtos do agro, com a carne representando 54% do total comercializado.
“Atendendo ao pedido do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, visitamos a Gulfood e todos os expositores brasileiros presentes. A feira tem sido extremamente positiva, com mais de 120 empresas brasileiras participantes conseguindo realizar vendas, o que contribui para o sucesso e desenvolvimento do interior do país. Isso facilita o escoamento da produção brasileira, abre novos mercados e traz oportunidades significativas aos nossos produtores”, afirmou Roberto Perosa.
A feira possui localização estratégica, pois Dubai é um ponto de encontro internacional entre exportadores e importadores, especialmente dos países árabes, da Ásia e da África, mercados de extrema relevância para o agronegócio brasileiro. Mais de 150 mil visitantes de todo o mundo passam pelo local.
“O governo brasileiro, mais uma vez, demonstra seu compromisso, dialogando diretamente com as empresas. O apoio constante que temos recebido, evidenciado pela abertura de tantos novos mercados e pela implementação de novos programas, reflete as cifras que apresentamos ao Presidente da República: nos últimos 20 anos, os setores bovino, suíno e de aves geraram para o Brasil mais de um trilhão e duzentos e cinquenta bilhões de reais em receitas cambiais. É esse impacto que a presença do Ministério da Agricultura na feira amplifica, reafirmando o Brasil como um dos principais players globais no mercado de proteínas”, destacou Ricardo Santin, presidente da ABPA.
Do Brasil, também são parceiros institucionais da Gulfood a Embaixada do Brasil em Abu Dhabi, Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e as entidades setoriais: ABIARROZ, BSCA, ABPA, ABRAFRUTAS, ABIEC e IBRAFE.
Agro
Brasil se torna livre de febre aftosa sem vacinação, informa governo
Novo status sanitário será submetido à organização internacional
O governo federal informou nesta quinta-feira (2) que o Brasil se tornou um país livre de febre aftosa sem vacinação animal. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. A autodeclaração ocorre após o fim da última campanha nacional de imunização contra a febre aftosa em 12 unidades da Federação e em parte do Amazonas.
“O Brasil sobe para o degrau de cima da sanidade animal, tão almejada. Os mercados mais exigentes e mais remuneradores vão estar abertos para o Brasil”, celebrou Fávaro.
Segundo ele, a medida abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como Japão e Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação.
“Hoje é um dia histórico, porque sempre o Brasil sonhou em ser um país livre de febre aftosa sem vacinação, ou seja, um estágio bem avançado de sanidade animal e boa defesa agropecuária”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A próxima etapa consiste na apresentação de documentação para Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que é quem tem poder para reconhecer o novo status sanitário do país.
Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.
Ao todo, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, trazendo uma redução de custo direta, com a aplicação da vacina, de mais de R$ 500 milhões.
O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. O fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados, enfatizou o ministro Carlos Fávaro.
A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja, petróleo bruto e minério de ferro.
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