Internacional

RELAÇÕES EXTERIORES: Cúpula Social do Mercosul é retomada após sete anos

Publicado

em

Evento no Rio de Janeiro promove discussões da sociedade, que serão apresentadas à Cúpula de Líderes do bloco na quinta-feira (7/12)

Teve início nesta segunda-feira, 4 de dezembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, a Cúpula Social do Mercosul. O evento, que promove a participação da sociedade civil nas decisões do bloco, está sendo retomado depois de sete anos de interrupção e vai ocorrer até esta terça-feira (5).

São as trocas entre governo e sociedade que consolidam o processo de integração e o caráter regional que são vitais para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, com populações que vivenciam desafios e necessidades tão próximas” Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial

Na cerimônia de abertura, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que a participação social é um antídoto importante contra o autoritarismo. “São as trocas entre governo e sociedade que consolidam o processo de integração e o caráter regional que são vitais para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, com populações que vivenciam desafios e necessidades tão próximas”, afirmou.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a participação da sociedade tem que ser permanente e um dos temas fundamentais para discussão é a violência contra a mulher. “Temos o desafio de discutir a misoginia, que tem fortalecido cada vez mais o feminicídio e a violência sexual em toda a região. O Mercosul não pode aceitar que mulheres sejam excluídas dos espaços de poder como estão sendo em diversos países”, defendeu.

Já a ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Coelho, ressaltou que há mais de 300 representações da sociedade civil e dos governos dos países do bloco inscritas no evento, com o objetivo de discutir o fortalecimento do Mercosul a partir da consolidação da democracia e dos espaços da participação social.

“Teremos um momento conectado à representação social, assim como foi nos Diálogos Amazônicos, para apresentar à Cúpula de Líderes a síntese dos debates que ocorrerão hoje e amanhã, por meio da representação dos quatro países envolvidos”, disse Maria Fernanda.

DEBATES — Outros temas relevantes discutidos na Cúpula são as desigualdades e as mudanças climáticas. “Hoje, temos em todo o bloco os desafios da insegurança alimentar e das mudanças climáticas, e a questão das desigualdades de gênero, de raça, de oportunidades e econômicas, que também se manifestam na dificuldade de acesso à terra”, disse a ministra substituta do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiavelli.

Quando o Mercosul foi criado, em 1991, o comércio entre os integrantes do bloco era de US$ 4,5 bilhões de dólares por ano. Atualmente, 32 anos depois da criação, esse comércio é de U$ 46 bilhões por ano, segundo a embaixadora Gisela Padovan, do Ministério das Relações Exteriores, que destacou que a sociedade contribui para o fortalecimento do bloco.

“A integração não pode ser um processo fechado, só de governos. Ela precisa de participação social. E esse é o momento de receber os insumos sobre o que a sociedade deseja e os rumos que ela quer para o processo de integração”, argumentou Gisela.

No primeiro dia da Cúpula Social do Mercosul, foi assinado um convênio entre o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e uma mesa temática discutiu o papel da participação social para a democracia no Cone Sul. Haverá também encontros de cinco grupos de trabalho e programação cultural.

Além da Cúpula Social, a Cúpula do Mercosul é dividida em mais dois momentos: a Reunião do Conselho do Mercado Comum, no dia 6, e a Cúpula de Líderes, em 7 de dezembro. A iniciativa ocorre sob a Presidência “pro tempore” brasileira do bloco econômico.

COMENTE ABAIXO:

Andreazza Joseph é um dos muitos potiguares talentosos que estão espalhados pelo mundo, multifacetado, possuindo formação em Direito e Jornalismo, além de atuar como produtor audiovisual na AgênciAzzA. Com sua paixão pela cultura nordestina, ele se destaca como um cordelista e multi-instrumentista. Sua habilidade em diversas áreas o torna uma figura versátil e criativa, trazendo uma perspectiva única para cada matéria que escreve."

Propaganda

Internacional

Brasil lidera diálogos sobre integridade da informação e regulação de plataformas

Publicados

em

Evento paralelo ao G20 apresentou desafios do mundo digital, como a desinformação e o discurso de ódio, e propôs soluções para o enfrentamento global

O Brasil integra o grupo que lidera uma iniciativa global para promover a integridade da informação e enfrentar a desinformação e o discurso de ódio no mundo. Nesta semana, o país protagonizou este debate e reuniu, em São Paulo, especialistas, autoridades e líderes globais para dialogar, além de propor caminhos para educação midiática, regulação do mercado de serviços digitais e proteção de eleições e instituições públicas.

O encontro, nos dias 30 de abril e 1º de maio, em São Paulo, foi promovido pelo Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, sob o tema “Integridade da Informação e Confiança no Ambiente Digital”. O Brasil é a sede do G20 em 2024 e o evento paralelo enfatizou discussões multilaterais que, atualmente, estão tendo lugar no âmbito da ONU, da Unesco e da OCDE.

“Acreditamos que a desinformação e o discurso de ódio afetam o exercício pleno de direitos individuais e coletivos. O enfrentamento à desinformação e ao discurso de ódio fortalece a liberdade de expressão, porque promove o acesso à informação para o conjunto da sociedade e protege o direito de expressão de grupos minorizados”, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta.

Para ele, o G20 é um espaço privilegiado para abordar a questão. O ministro afirmou que as Nações Unidas e a Unesco já estão “gestando a proposta” — que deve reunir coletivos internacionais de pesquisadores, como a Rede de Conhecimento Global, o Observatório da Informação e Democracia e o Painel Internacional sobre o Ambiente Informacional, assim como outras agências do Sistema ONU envolvidas no enfrentamento das mudanças climáticas.

REGULAÇÃO — Pimenta assegurou que o Brasil seguirá pautando globalmente a urgência pela regulação “democrática” das plataformas. O chefe da Comunicação do governo ressaltou que as grandes empresas do setor precisam ter mais responsabilidade para garantir que o ambiente digital não seja usado para a disseminação de conteúdos ilegais.

“A regulação deve ser equilibrada para promover e garantir a liberdade de expressão ao mesmo tempo em que protege outros direitos fundamentais dos cidadãos. Entendemos que a União Europeia e o Reino Unido são referências de legislação recente que vão nessa direção e devem inspirar os debates globais”, declarou.

O ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) fez coro com o titular da Secom e enfatizou a urgência da regulação. “Não existe liberdade sem responsabilidade”, resumiu, apontando para a necessidade de mediação institucional para garantir soberania e democracia. O ministro destacou que o ódio e a violência não são fenômenos novos, mas assumem significados distintos ao longo do tempo.

Almeida definiu a atual era de desinformação e polarização como “alarmante”, especialmente em função do comportamento das empresas de mídias sociais. Alertou que a falta de regulação alimenta o caos e a desordem, proporcionando terreno fértil para extremistas e criminosos.

“Se não agirmos agora para discutir e implementar medidas sérias contra a desinformação, estaremos entregando o futuro nas mãos daqueles que combatemos. Precisamos entender a necessidade de responsabilização para evitar um futuro sombrio. A história está em nossas mãos e não podemos nos omitir”, argumentou o ministro.

REUNIÕES BILATERAIS — O ministro Pimenta aproveitou o evento paralelo ao G20 para realizar encontros bilaterais sobre melhores práticas para conteúdos patrocinados nas redes sociais; ações de combate à desinformação no ambiente online; e medidas para a regulação das plataformas digitais. Em cada oportunidade, enfatizou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para construir parcerias internacionais, citando desafios para combater a desinformação no país — a exemplo da queda na cobertura vacinal no Brasil, resultante da disseminação de informações falsas contra as vacinas.

O ministro esteve com representantes de empresas para discutir a possibilidade de uma agenda conjunta para promover a integridade da informação em ações publicitárias no ambiente digital. Afirmou a vontade de contar com as entidades para a promoção de melhores práticas nos setores público e privado, bem como para buscar uma com foco em eficiência e demandar ação mais enérgica das plataformas para combater anúncios de estelionato e fraude nas redes, principalmente aqueles que usam políticas do Governo Federal para atrair atenção dos cidadãos.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CATEGORIAS

CATEGORIAS

CATEGORIAS

CATEGORIAS

MAIS LIDAS DA SEMANA