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Senado aprova IPVA zero para motos de até 170 cilindradas

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O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (6) um projeto de resolução, o PRS 3/2019, que permite reduzir a zero a alíquota do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para motocicletas de até 170 cilindradas. O autor do projeto é o senador Chico Rodrigues (União-RR). O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) foi o relator da matéria durante sua tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Agora o texto vai a promulgação.

O projeto original contemplava apenas motocicletas de até 150 cilindradas, mas fabricantes argumentaram que esse limite deveria ser ampliado para abranger corretamente as motocicletas de baixa cilindrada. Durante a análise da matéria na CAE, Mecias de Jesus acolheu duas emendas, apresentadas pelos senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Eduardo Braga (MDB-AM), que visavam estender a isenção para motos de até 170 cilindradas.

De acordo com a proposta, a alíquota “zerada” para o IPVA não é impositiva, servindo apenas como uma sinalização para os estados e o Distrito Federal.

Baixa renda

Ao defender sua proposta, Chico Rodrigues afirma que cerca de 85% dos compradores de motocicletas pertencem às classes C, D e E, e que eles utilizam esse tipo de veículo para o deslocamento até o trabalho. De acordo com o senador, esses compradores têm menor poder aquisitivo e sofrem com a falta de transporte urbanos de qualidade.

— Nos grandes centros urbanos, nos pequenos municípios e até, principalmente, no meio rural, como é o caso do nosso estado, o transporte mais comum, por ser mais barato, são os veículos de duas rodas. Quero chamar atenção para a importância social e econômica deste projeto, pois a frota de motocicletas já é de quase 30 milhões. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas e Similares, a frota de duas rodas cresceu 76% nos últimos anos, enquanto o crescimento da frota geral foi de 66%. A frota de motocicletas praticamente dobrou quando comparada a dez anos atrás. Esses dados mostram a força e a importância que esse instrumento ganhou na vida dos brasileiros — declarou ele durante a discussão da matéria em Plenário.

Chico Rodrigues também disse que esses veículos de porte leve não causam estragos às estradas e às pistas pavimentadas.

Trabalhadores

Durante a discussão da matéria em Plenário, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) esteve entre os que defenderam o projeto. Ele ressaltou a importância da motocicleta para os trabalhadores brasileiros.

— Eu penso que é um grande avanço, porque essas motos de até 170 cilindradas responderam, entre 2015 e 2020, por 80% dos veículos de duas rodas emplacadas no período. E todos sabemos que essas motos têm uma importância muito grande na geração de emprego, na geração de renda, beneficiando uma parcela importante da população.

Lei inócua

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) votou a favor do projeto, mas, ao lembrar que o texto não é impositivo quanto à alíquota zero para o IPVA, afirmou ter dificuldade para entender o resultado prático da proposta.

— Nós fixamos o mínimo, mas quem fixa o valor são os estados. Se eles quiserem manter como estão, manterão. Se quiserem fixar em 5%, fixarão; em 10%, fixarão; em 20%, fixarão. O que significa fixar o mínimo? Eu sinceramente acho que a consequência disso é um tipo da lei inócua. Não vejo muita utilidade nisso. Votarei a favor, claro, acho que mal não faz. Mas acho também que as consequências dependerão exclusivamente da vontade dos estados — alertou.

Análise na CAE

Antes de chegar ao Plenário do Senado, a proposta foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em abril. Segundo o relator da matéria nesse colegiado, Mecias de Jesus, é preciso considerar que o objetivo do projeto é contribuir para baratear as motocicletas de baixa cilindrada que são adquiridas pela população de baixa renda para prover o seu sustento.

Mecias também argumentou em seu parecer que não há impedimento em relação à responsabilidade fiscal, já que a proposta tem caráter autorizativo e não vai causar renúncia de receitas para a União.

No ano passado, o relator lembrou que cada um dos entes federativos tem a sua própria legislação sobre esse imposto, sem que exista lei complementar que defina regras gerais a que o legislador estadual deva se submeter.

“Ainda que a existência de uma resolução não substitua a lei de cada estado no estabelecimento de alíquotas, e que a sua fixação em zero funcione apenas como piso para a incidência, não sendo obrigatória para os entes subnacionais, entendemos que a sua fixação pelo Senado estimula a sua unificação e adoção pelos demais entes”, afirmou ele.

Fonte: Agência Senado

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Andreazza Joseph é um dos muitos potiguares talentosos que estão espalhados pelo mundo, multifacetado, possuindo formação em Direito e Jornalismo, além de atuar como produtor audiovisual na AgênciAzzA. Com sua paixão pela cultura nordestina, ele se destaca como um cordelista e multi-instrumentista. Sua habilidade em diversas áreas o torna uma figura versátil e criativa, trazendo uma perspectiva única para cada matéria que escreve."

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PESCA: Brasil terá cota maior de captura de atum em 2024

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a rodada final de negociações da Comissão Internacional de Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT), encerrada na segunda-feira, no Cairo, Egito, o Brasil conseguiu aprovação dos demais países membros para aumentar na temporada de pesca de 2024 o limite de captura de albacora bandolim (thunnus obesus), espécie de atum abundante na costa brasileira.  

Pelo ordenamento pesqueiro internacional dos atuns, o Brasil seria penalizado em 2024 por vir excedendo a cota de 6 mil toneladas desde 2019, período em que o país abandonou os tratados internacionais de sustentabilidade. Assim, em 2024, deveria “devolver” 1.587 toneladas e pescar apenas 4,41 mil toneladas, o que traria um impacto social e econômico relevante na cadeia de produção. 

Para evitar isso, a delegação brasileira apresentou um plano de devolução ao longo de cinco anos (2024-2028).  Relatou os vários avanços no monitoramento da pescaria obtidos desde janeiro, com a recriação do ministério e a volta do país à comunidade internacional, além das medidas de controle e pesquisas sobre capturas e desembarques de albacora bandolim implementadas este ano. Também elencou os investimentos de mais de três milhões de euros em ferramentas de gestão pesqueira. A comissão de cumprimento da ICCAT se declarou impressionada com o relato. E o plano brasileiro foi aprovado. 

O excedente de captura dos últimos anos chegou a ameaçar o direito brasileiro de pescar atuns nas primeiras reuniões da ICCAT, ocorridas em março e junho. Havia, então, várias propostas na mesa. O Brasil subscreveu uma delas, junto com Japão, África do Sul e Uruguai. Ela estabelecia a cota global de pesca de atum em 73 mil toneladas, distribuindo fatias maiores para os países em desenvolvimento. 

Na reunião do Cairo, porém, não houve consenso sobre nenhuma das propostas apresentadas. Os países, assim, mantiveram as cotas atuais.  

“Conseguimos aprovar o plano de devolução do excedente em 5 anos, o que nos garante um cota maior em 2024 ’, diz a secretária de Registro, Monitoramento e Pesquisa, Flávia Lucena Frédou, que liderou a comitiva brasileira dentro do plenário, no Cairo. “Mas ainda mais importante é a volta do nosso país ao fórum mundial de negociação, com posição altiva, com voz e com consistência técnica”, completa.  

Além dela, a comitiva do MPA contou com o Secretário da Pesca Industrial, Amadora e Esportiva , Expedito Netto, o diretor do Departamento de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva, Édipo Cruz, com a diretora do Departamento de Registro e Monitoramento, Elielma Borcem, com o chefe da Assessoria Internacional, Ricardo Bacelette, com o assessor internacional, André Bispo, e com o coordenador geral de estatística, Alex Lira.  

Havia também representantes da Marinha do Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. O setor privado enviou analistas da Associação Brasileira da Indústria de Pesca (Abipesca) para atuar como observadores. Técnicos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima participaram remotamente, a partir de Brasília. O secretário-executivo, Carlos Mello, coordenou toda a missão lá no Egito.  

“Precisamos registrar com ênfase a participação brasileira no ICCAT. O papel do Brasil foi fundamental nas discussões técnicas e na defesa dos interesses dos nossos pescadores”, frisa Mello. “Como estávamos com uma equipe multidisciplinar e multiministerial, o Brasil conseguiu fazer uma abordagem muito mais completa em diversos painéis de discussão”, explica o secretário-executivo.  

A pescaria de atum é difundida em todo o litoral brasileiro. Ela envolve tanto pescadores artesanais quanto industriais. É uma das principais pautas de exportação do pescado nacional. Os principais estados produtores são Rio Grande do Norte e Ceará.  

Os métodos utilizados nessa pescaria são variados. No litoral Sul, é mais comum a pesca do peixe um a um, com vara e isca viva. No Nordeste, a técnica mais difundida é o espinhel de superfície. Vem ganhando terreno a pesca conhecida como “cardume associado”, que foi regulamentada no ano passado. 

Arte: ASCOM/MPA

Arte: ASCOM/MPA

Até o último dia 17, a captura nacional de atuns havia atingido a marca das 5.001 toneladas. A atividade vem obtendo receitas cada vez maiores com a exportação. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as vendas para o exterior só neste ano renderam quase R$ 39 milhões ao país. A expectativa é que ao final do ano a marca ultrapasse os US$ 41 milhões de 2022.

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